As exportações para o Peru cresceram 32,6% em janeiro deste ano, na comparação com o primeiro mês do ano passado, para US$ 133,4 milhões. Também foi registrada alta das vendas brasileiras em 2016, em relação a 2015.
As estatísticas do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) indicam que os embarques reagiram bem aos compromissos assinados pelos governos dos dois países no mês de abril do ano passado.
Um deles, o Projeto de Protocolo Adicional ao ACE 58, reduziu as barreiras comerciais para negociações de veículos leves e picapes.
Os automóveis estão entre os itens que puxaram as exportações brasileiras para cima neste ano. A venda de veículos para até seis passageiros, por exemplo, cresceu 7,45%, para US$ 1,7 milhão.
Os produtos que geraram maior receita, entretanto, foram petróleo (US$ 15,6 milhões), ferro fundido (US$ 8,8 milhões) e tratores rodoviários (US$ 5,6 milhões).
Já o Acordo de Ampliação Econômico-Comercial foi anunciado pelo governo como "o mais amplo acordo temático bilateral já concluído pelo Brasil", por incluir capítulos de compras governamentais, serviços e investimentos.
"Esse acordo tem um enfoque bastante diferente do que aquele que estamos acostumados a ver", comenta Edgard Carneiro Vieira, consultor da Barral M Jorge, sobre o acerto, que ainda está sendo implementado pelos países.
A diferença está no fato de que o acerto vai além de aspectos comerciais ao possibilitar, por exemplo, que empresas brasileiras participem de licitações públicas no Peru sem o uso de intermediários.
Segundo o entrevistado, o acordo serve como um teste. "Se funcionar, algo parecido pode ser feito com outros países latino-americanos". Ele indica que as trocas comerciais devem avançar, neste ano, em parte por causa dos tratados.
Efeito Trump
Outro fator que pode ajudar as negociações é a falência do Acordo Transpacífico (TPP), cancelado pelo presidente americano Donald Trump.
Se entrasse em vigor, o tratado comercial, que contava com a participação dos peruanos, poderia incentivar as trocas do país com os outros membros do TPP, deixando o Brasil em segundo plano.
Em 2016, as vendas para o Peru subiram 7,3% e renderam US$ 1,949 bilhão. Já os gastos com importações somaram US$ 1,236 bilhão, queda de 1,6% ante 2015.
Neste ano, as compras brasileiras devem ser beneficiadas pela provável retomada da economia do País e pelo real mais valorizado.
Corrupção
O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski declarou, no começo deste ano, que a construtora Odebrecht terá que vender os projetos em que está envolvida e deixar o país.
A companhia é investigada por casos de corrupção em toda a América Latina e pode ter pago propina para ganhar licitações no Peru.
Ainda que o questionamento sobre o modus operandi da empresa brasileira tenha ganhado força em grande parte do continente, Vieira diz não acreditar que as investigações irão atrapalhar o avanço dos acordos econômicos.
"É possível que a Odebrecht não opere mais em alguns países, mas outras [companhias] não serão prejudicadas por esse motivo", afirma o consultor da Barral M Jorge.
Fonte: DCI - ECONOMIA
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02
2017