Em seu relatório com projeções para a economia global lançado nesta terça (12), o Fundo prevê que o PIB do país sofrerá contração de 3,8% em 2016, o mesmo recuo do ano passado, e ficará estagnado em 2017, mas com possível viés de alta.
“Ao longo do tempo, o Brasil voltará a um estado bem mais normal e o crescimento deve voltar a ficar positivo em algum momento de 2017”, disse Oya Celasun, chefe da divisão de Estudos Mundiais do Fundo.
Segundo a economista, quando o ambiente político no Brasil voltar ao normal, as autoridades “terão tempo e espaço” para implementar as políticas necessárias.
“Num ambiente doméstico mais cômodo e potencialmente com algumas reformas estruturais, as condições estarão criadas para o retorno a taxas de crescimento bem mais normais”, disse.
Ela afirmou que é difícil distinguir entre razões políticas e econômicas para a recessão no Brasil.
“A recessão vem de uma confluência de fatores. Primeiro veio a queda nos preços das commodities, o que significou queda de receita para o Brasil. Houve um ajuste, com atraso, nos preços administrados, que pesaram na demanda. A confiança fraca, que vem da necessidade de um ajuste fiscal, e atrasos na articulação e implementação de um plano para isso. A incerteza política é parte desse mix, afetando a confiança.”
CRESCIMENTO GLOBAL
O economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, chamou a atenção para a lenta recuperação da economia mundial e disse que não há motivo para alarme, mas que é preciso ficar alerta.
“O crescimento global continua, mas em um ritmo crescentemente decepcionante que deixa a economia mundial mais exposta a riscos negativos”, disse Obstfeld. “O crescimento tem sido lento demais por tempo demais.” De acordo com a projeção do Fundo, o PIB global terá um ligeiro aumento, de 3,1% em 2015 para 3,2% neste ano, um corte de 0,2 ponto percentual em relação à projeção mais recente, de janeiro.
Fonte: Folha de S.Paulo – Mercado